Além disso,
Alcântara é conhecida por abrigar a base de lançamento de foguetes do Programa Espacial Brasileiro e também pela festa do Divino, uma das manifestações religiosas mais tradicionais do estado, que acontece sempre em meados de maio e junho.
Neste post vamos dar dicas de como ir de São Luís a Alcântara, o que fazer por lá e contar como funciona o
passeio bate-volta. Confira!
COMO CHEGAR A ALCÂNTARA
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A chegada em Alcântara - Porto Jacaré |
Alcântara fica a cerca de 30 km de São Luís, a forma mais fácil de chegar é pelo mar, a travessia dura pouco mais de 1h através dos barcos e catamarãs que partem do Cais da Praia Grande, no centro histórico.
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Catamarã com destino a Alcântara - Cais da Praia Grande |
Nós fomos com a Taguatur, melhor agência de turismo da região, ela oferece os passeios através da plataforma Civitatis com diversas opções de pagamento e cancelamento gratuito, caso necessário. Após reservar o seu passeio a Alcântara a empresa entrará em contato para dizer a hora exata que irão te buscar no hotel, já que as saídas variam de acordo com a maré, como expliquei anteriormente.
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Vista das ruínas da antiga igreja Matriz |
No dia do nosso passeio a saída foi as 7h do cais da Praia Grande, com o retorno saindo de Alcântara as 17h, chegando em São Luís aproximadamente 18h15.
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Partida de São Luís - Cais da Praia Grande, Centro |
Se você costuma enjoar é bom tomar um remedinho pois há dias que dependendo da força dos ventos e da maré o barco balança consideravelmente. Nós tivemos sorte, o mar estava bem calmo, além disso pegamos um catamarã grande e bem ventilado, então foi super tranquilo.
ALCÂNTARA: ROTEIRO E DICAS
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Praça da Matriz de São Matias |
O desembarque é feito no pequeno Terminal hidroviário de Alcântara, chamado Porto do Jacaré.
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Porto do Jacaré |
Em frente ao Porto fica o centro de informações turísticas com uma estrutura bem precária de toaletes, por isso o guia nos conduziu até a Pousada do Jacaré que fica ao lado e funciona também como lanchonete, lá tivemos um tempinho para comprar água ou fazer um lanche antes de começar o nosso tour em Alcântara.
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Em frente ao Porto do Jacaré |
Era início de junho, o dia estava lindo e quente, aliás o calor mais acentuado de Alcântara se dá ao fato da cidade estar posicionada bem próxima da linha do Equador, por isso em Alcântara faz sempre 2 ou 3 graus a mais que São Luís, portanto chapéu e protetor solar são muito bem vindos!
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Ladeira do Jacaré |
Outra dica, vá com roupas leves e calçados confortáveis pois Alcântara não foge a regra da maioria das cidades históricas, é repleta de ladeiras e ruas de pedras.
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Ladeira do Jacaré |
Do porto subimos direto pela Ladeira do Jacaré (ou calçada do Jacaré) rumo a Praça da Matriz, coração da cidade, mas no caminho fomos parando entre os casarões em ruínas e outros pontos turísticos.
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Capela de Nossa Senhora das Mercês |
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Ruínas da Ladeira do Jacaré |
Entre eles os Sinos da Igreja do Desterro, que segundo a lenda, o visitante de Alcântara que fizer três pedido tocando os sinos terá seus desejos realizados. Eu garanti os meus, claro!
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Sinos da Igreja do Desterro |
O local também tem uma bela vista para a Ilha do Livramento e a Baía de São Marcos, que separa São Luís de Alcântara.
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Artes de rua em Alcântara |
No final da Ladeira do Jacaré fica a emblemática Praça da Matriz, que abriga o pelourinho e também as ruínas da antiga Igreja de São Matias, principal cartão postal de Alcântara. A praça também ficou famosa depois de ter sido cenário da novela "A Cor do Pecado", com Taís Araújo e Reynaldo Gianecchini.
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Praça da Matriz |
Em seu entorno estão também a Prefeitura, a antiga cadeia pública e o Museu Histórico de Alcântara (grátis). Um casarão revestido por azulejos portugueses que abriga móveis, pratarias e objetos que retratam a época áurea da cidade comandada por Barões e erguida pelas mãos escravas.
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Vista da Prefeitura |
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Museu Histórico de Alcântara |
Alcântara foi uma das cidades mais ricas do Brasil entre os séculos 17 e 18, sua economia girava em torno do algodão, da cana-de-açúcar e do trabalho escravo. Depois da abolição da escravatura veio a decadência e os barões abandonaram a cidade. Hoje as igrejas, os casarões coloniais e as ruínas que marcaram essa época foram declarados Patrimônio Histórico Nacional.
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Ruínas de Alcântara |
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Largo do Carmo |
Próximo á Praça da Matriz fica a Rua da Amargura, que recebeu esse nome porque era por onde os escravos passavam rumo ao pelourinho, para serem castigados. Nela estão também as ruínas do Palácio Negro, onde comercializavam os escravos.
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Rua da Amargura |
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Palácio Negro - Rua da Amargura |
Outro ponto interessante de Alcântara é o Largo do Carmo, que além da bela Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no estilo barroco, ficam as ruínas dos Palacetes que o Barão do Pindaré e o Barão de Mearim (inimigos poderosos na época) começaram a construir numa disputa de qual seria o melhor para hospedar Dom Pedro II, que prometeu visitar a cidade. O fato é que o imperador nunca apareceu e as obras foram abandonadas.
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Igreja de Nossa Senhora do Carmo |
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Um dos palácios que iria receber Don Pedro |
Também vale a pena visitar a Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos, também conhecida como a "igreja do galo" (que fica no topo de sua torre) ou "a igreja dos escravos", pois os "senhores" ficavam na matriz e essa era a igreja que os escravos se reuniam para fazer suas orações. Vez e outra acontece na igreja apresentações do Tambor de Crioula.
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Igreja dos Escravos |
Ao lado da Igreja dos Escravos fica a Casa de Cultura Aeroespacial (visita gratuita), nela você entende porque Alcântara foi escolhida para ser uma base espacial brasileira e porque o lançamento de foguetes é tão importante.
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Casa de Cultura Aeroespacial de Alcântara |
Acontece que a localização de Alcântara, próxima do Equador, ajuda a economizar quase 50% de combustível no lançamento de foguetes. É através desses lançamentos que são colocados satélites na órbita da Terra para que seja possível operar os sistemas de telecomunicações, meteorológicos, etc. Foi muito legal saber de tudo isso.
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Foguete da Casa da Cultura Aeroespacial de Alcântara |
Pelas ruas e vielas de Alcântara há diversos sobrados revestidos de azulejos portugueses, o que possui tons avermelhados é a Casa do Divino, que funciona como um museu temático da tradicional Festa do Divino Espírito Santo.
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Ruas do centro histórico de Alcântara |
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Casa do Divino |
Aliás, nós tivemos o privilégio de visitar Alcântara no início de junho, justamente nos dias em que estavam acontecendo os festejos do Divino, a cidade estava toda enfeitada, um clima bem legal! Nessa época a pacata cidade se transforma e recebe visitantes de todas as partes do estado.
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Casa do Divino |
Na Casa do Divino conseguimos entender um pouco mais dessa linda tradição e ainda tivemos a sorte de ver uma produção do típico Doce de Espécie, que se tornou uma tradição na cidade ao ser distribuído pelos moradores durante a Festa do Divino.
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Mulheres fazendo o tradicional Doce de Espécie - Casa do Divino |
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E assim fomos recebidas pela Dona Elizabeth em sua "Casa de Festa" |
A receita é uma herança dos portugueses que ultrapassa gerações e permanece até hoje sendo feito de forma artesanal pelas mulheres de Alcântara. Lembra um bombocado, à base de coco, molhadinho por dentro e crocante por fora, uma delícia! Impossível ir a Alcântara e não experimentar.
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Doce de Espécie |
Você encontra o doce de espécie o ano todo em
Alcântara, o que mais gostamos foi o da "Dona Maria", ela vende numa banquinha que fica na Praça da Matriz, em frente ao principal cartão postal da cidade (R$15 a bandejinha com 10 doces).
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Pelas ruas charmosas de Alcântara |
Como pode ver há muito o que fazer em Alcântara, levamos cerca de 5 horas (entre uma paradinha e outra na sombra) para visitar as principais atrações do centro histórico. Mas se você quiser explorar tudo com calma, curtir a festa do Divino, passear pelas praias da região, visitar as comunidades quilombolas ou ver a revoada dos Guaras, pode ser uma boa passar ao menos 1 noite em Alcântara.
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Pracinha de Alcântara |
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Rua Principal de Alcântara |
A cidadezinha tem comércio, dois bancos (Brasil e Bradesco), uma casa lotérica e algumas pousadas. Nem todos os estabelecimentos aceitam cartões.
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Pousada Bela Vista |
ONDE COMER EM ALCÂNTARA
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Restaurante da Pousada Bela Vista |
Alcântara não é como Paraty ou Olinda que tem diversos bares e restaurantes charmosos para curtir a noite, mas você consegue encontrar boas opções para fazer uma pausa e comer um bom peixe.
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Pousada e Restaurante Bela Vista |
Nós almoçamos no Restaurante da Pousada Bela Vista, que também é aberto ao público, foi uma recomendação da Taguatur pois além de ótimos pratos, a pousada tem um ambiente legal com piscina e redário para que a gente pudesse curtir antes de retornar a São Luís. A vista também é linda, adoramos o lugar, deu até vontade de esticar uns dias por lá.
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Pousada Bela Vista |
No cardápio há ótimas opções, nós comemos um prato autoral do restaurante chamado "Gurijuba Alcantarense", filé de peixe e molho de macaxeira com camarões e acompanhamentos. (R$129 e serviu muito bem nós duas). O suco de bacuri também estava delicioso!
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Gurijuba Alcantarense |
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Mirante da Rua da Amargura |
As 17h nos despedimos de Alcântara e pegamos o barco com destino a São Luís. Adoramos conhecer essa cidade histórica que parece esquecida, mas que guarda uma riqueza cultural imensurável. Tem que ir!
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Nós duas em Alcântara, passeio inesquecível! :) |
Que lindo...lugares e locais antigos,com ruínas e estrutura de outros períodos da civilização...MARAVILHOSO...parabéns.
ResponderExcluirRealmente Alcântara é um lugar especial. Ficamos muito felizes que tenha gostado. Abraços, Ma e Ka
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