Vale Sagrado dos Incas: tudo que você precisa saber
16 maio 2024
DE CUSCO AO VALE SAGRADO DOS INCAS
Pisac, Vale Sagrado dos Incas |
O Vale Sagrado dos Incas é uma região que reúne várias cidades cercadas pelas montanhas dos Andes peruanos e por riachos, o maior e principal deles é o Rio Urubamba (ou Vilcanota).
Os Incas escolheram viver ali justamente por essas riquezas naturais que favoreciam especialmente a agricultura, até hoje se produz na região muitos dos melhores ingredientes da culinária peruana, como as inúmeras variedades de batatas e milhos.
Ollantaytambo, Vale Sagrado dos Incas |
Turisticamente, as cidades mais visitadas do Vale Sagrado dos Incas são: Ollantaytambo, Pisac, Urubamba, Chinchero e Maras. Cada uma tem suas próprias atrações que incluem sítios arqueológicos, artesanatos, povoados indígenas, salineras, etc. As mais próximas estão a cerca de 30 km de Cusco, mas há uma distância razoável entre elas.
Chinchero, Vale Sagrado dos Incas |
Por isso, a melhor forma de chegar ao Vale Sagrado dos Incas e conhecer suas principais atrações é através dos passeios oferecidos pelas agências de turismo que custam a partir de R$94,70 (em 2024) com opção de reservar com ou sem almoço (já adianto que o almoço vale a pena, se deixar para pagar na hora sairá mais caro). Confira os valores atualizados.
O passeio ao Vale Sagrado dos Incas dura o dia inteiro, sai de Cusco às 8h e retorna às 18h, o roteiro inclui os pontos turísticos de Pisac, Ollantaytambo e Chinchero, mas ao efetuar a reserva, além do almoço você terá também a opção do "Passeio Completo", que além desses lugares, visita ainda as Salineras de Maras e Moray, no entanto fica mais cansativo, se tiver tempo, faça como nós e reserve Maras e Moray para outro dia.
Salineras de Maras |
Atente-se que no valor do passeio não está incluso o Boleto turístico de Cusco, um bilhete necessário para acessar as atrações do Vale Sagrado e outras que você certamente irá visitar em outros tours. Veja o post que explicamos do que se trata, valores e onde comprar o BTC.
Pisac |
Alguns unem o tour ao Vale Sagrado dos Incas com a ida a Machu Picchu, já que em Ollantaytambo existe uma estação do Trem com destino a Machu Picchu. Neste caso, ao invés de voltar para Cusco, você pode ficar hospedado na região (que já é metade do caminho) e no outro dia seguir viagem até Machu Picchu, ou ir no último Trem do mesmo dia e se hospedar em Aguas Calientes.
Ollantaytambo |
Tipón, Pikillacta e Andahuaylillas teoricamente também fazem parte do Vale Sagrado dos Incas, são sítios arqueológico e vilarejos interessantes conhecidos como "Vale Sul".
Se tiver mais tempo de viagem, vale a pena ficar hospedado alguns dias no Vale Sagrado dos Incas, a região oferece hotéis e Resorts excelentes que são ideais para quem busca tranquilidade em meio a natureza, veja as dicas.
Recomendações:
Ollantaytambo |
• O tour exige uma certa disposição pois tem bastante sobe e desce entre as ruínas, nada de muuuita dificuldade, no grupo conosco haviam pessoas de todas as idades.
Pisac |
• Use roupas e calçados confortáveis, tenha sempre um casaco. Fomos em outubro, o clima estava agradável, mas em alguns lugares ventava bastante e sempre dava aquela geladinha! Veja as dicas da melhor época para ir a Cusco.
Agora que você já tem as informações básicas, vamos contar como foi o nosso Tour ao Vale Sagrado dos Incas.
VALE SAGRADO DOS INCAS, ROTEIRO
Vale Sagrado dos Incas - Ollantaytambo |
PISAC
Nossa primeira parada foi no tradicional Mercado de Pisac, localizado a 30 km de Cusco, onde os artesãos e comerciantes de todo o Vale Sagrado se reúnem para vender seus artigos (bolsas, poncho, bijuterias e muitas outras peças lindas.)
É um lugar colorido, alegre, ótimo para observar o povoado indígena com aqueles trajes típicos do Peru. Em frente ao mercado de Pisac há uma loja que vende prata, o guia nos levou até para mostrar como as peças são feitas, tivemos tempo para comprinhas e podemos usar os toaletes do local.
Seguimos para o Complexo Arqueológico de Pisac. Chegando lá o guia nos contou diversas curiosidades.
Pisac era uma das maiores cidades Incas, mais importante inclusive que Machu Picchu (economicamente falando), onde toda a produção agrícola da região era controlada, além disso, a vista panorâmica era usada para observação astronômica e também para proteger Cusco de possíveis ataques inimigos.
Por conta das variações do clima e altitude, Pisac também era usada para experimentos agrícolas, ali se desenvolveram diferentes espécies de grãos.
Quando estiverem lá, reparem nos "buraquinhos" das montanhas, trata-se do maior cemitério inca descoberto até os dias de hoje. As pessoas eram enterradas ali junto com seus objetos de ouro e prata. Ao longo dos anos saqueadores descobriram o tesouro e não deu outra, abriram as tumbas e deixaram somente os ossos e os buracos nas montanhas!
Além de entender a interessante história, tivemos tempo para circular entre ruínas e admirar todas essas paisagens tão peculiares para nós. Pisac foi uma linda surpresa.
VALE SAGRADO: RESTAURANTE TÍPICO
Depois de passar a manhã toda em Pisac, seguimos até a cidade de Urubamba para um restaurante típico da região chamado Paqharina, nós já havíamos reservado o passeio com almoço então foi só aproveitar!
A comida é servida no estilo buffet à vontade com opções de saladas, carnes, peixes e iguarias típicas como ceviche e grãos, as sobremesas também estavam liberadas. Tudo muito saboroso, foi uma boa experiência da gastronomia andina.
OLLANTAYTAMBO
Depois do almoço visitamos Ollantaytambo, e se já havíamos gostado de Pisac, ficamos ainda mais encantadas com Ollanta (para os mais íntimos, rs).
Ollantaytambo era um importante centro militar, religioso e cultural durante o Império Inca. A única cidade Inca que não foi totalmente desocupada, ou seja, sempre permaneceu ativa com moradores tentando recuperar parte do que foi destruído com a chegada dos espanhóis. Algumas casas ainda são habitadas por descendentes Inca, que até hoje se comunicam na língua Quéchua.
Ollantaytambo é cercada por montanhas e rochas imensas, repletas de marcações e lendas Incas. Uma delas tem o formato de um rosto (se olhar com atenção dá para ver direitinho), é do Deus Viracocha (ou Tunupa), que segundo eles, protege a cidade.
Há muitas curiosidades envolvendo a região, o sistema de aquedutos construído pelos Incas centenas de anos atrás funciona e distribui água potável para toda a cidade até hoje.
Outra coisa legal é que a partir de estudos realizados em Ollantaytambo, os arqueólogos fizeram descobertas importantes, como a forma utilizada pelos Incas para construir suas cidades, geralmente havia uma pedreira enorme no alto da montanha (assim como em Machu Picchu), daí eles extraiam as rochas e rolavam morro abaixo, depois encaixavam as pedras umas nas outras (sem nenhum tipo de argamassa) e poliam para que as paredes ficassem lisinhas, é impressionante!
Boa parte destas construções foram preservadas, como é o caso do Templo do Sol, formado por 6 megalitos (pedras enormes e inteiras de granito), que pesam mais de 80 toneladas cada uma.
Como eu disse no início, muitos aproveitam para se despedir do grupo em Ollantaytambo e seguem no Trem para Machu Picchu (Águas Calientes) ou pernoitam em algum hotel da região para embarcar no dia seguinte.
Nós optamos por ir a Machu Picchu num outro dia, através de um tour partindo de Cusco, portanto, seguimos o passeio pelo Vale Sagrado do Incas.
CHINCHERO
Nossa última parada foi em Chinchero, uma cidade construída sobre uma antiga comunidade Inca. Os restos da fazenda real de Túpac Inca Yupanqui permanecem lá até hoje.
Algumas escadas nos levam a praça onde fica uma igreja colonial do século XVI, construída sobre a base de um edifício Inca e decorada com pinturas da escola de arte cuzqueña. Ali funciona um pequeno centro de artesanatos e aos domingos acontece a tradicional feira de Chinchero.
Em Chinchero visitamos ainda um ateliê onde as mulheres usam até hoje as técnicas Incas de tingimento para colorir a lã da lhama, das ovelhas, das alpacas... utilizando apenas corantes naturais (extraídos do milho, de cascas de árvores, sementes, flores, etc). Foi muito legal! Elas também vendem ali as peças que produzem e outros artesanatos.
E assim foi o nosso roteiro pelo Vale Sagrado dos Incas, chegamos no hotel em Cusco por volta das 18h. Foi uma verdadeira imersão na cultura Inca, a partir desse Tour passamos a ver tudo com outros olhos. Tem que ir!
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